quinta-feira, 14 de junho de 2007

Personalidade Professor






















Entrevista a André Carneiro, historiador, professor há oito anos, sete no colégio Bureau Jurídico, BJ, comentada por João Neves, físico e também professor há sete anos, cinco no BJ.



André, por que a história?

“Na verdade essa escolha foi bem difícil, até por que eu era e sou até hoje apaixonado pela matemática, mas a história é livre... nela há “lacunas” onde se pode colocar o seu desejo, a sua opinião.
É onde posso ser mais livre no caminhar; onde a totalidade não existe.”


E por que ensinar?

A.C.- “Vem de berço, sou neto e filho de professor então há um encantamento pela profissão. Além disso, é uma forma de contribuir para sociedade não esquecendo que isso exige muita responsabilidade por estar influenciando na vida das pessoas.”

João Neves – “Já para mim foi bem por acaso. Fiz bacharelado. Eu ia ser cientista, mas um dia precisei substituir um amigo; acabei gostando.”


É necessário ser um personagem dentro da sala?

A.C.- “Não. Eu vejo que a sala está subordinada a uma limitação, então procuro valorizar o tempo e descontrair também. Toda vez que entro em sala penso em como EU gostaria de ver esse assunto.”

J.N.- “ Acho que não. Tudo deve ser natural, eu mesmo quando entro em sala me divirto muito, também a física é linda de mais!” (risos)


E os tempos de escola?

A.C.- “Ixi! Bem, até a oitava série era bem discreto, mas no ensino médio comecei a estudar mais. O detalhe é quanto mais eu estudava mais baixas eram minhas notas!”(risos)

J.N.- “Eu? ‘Aff Maria!’ Era um pentelho, só estudava física e matemática, mas sei que foi errado.”



Hoje você se considera analfabeto funcional em alguma disciplina?

A.C.- “Acho que em biologia.”

J.N- “Hum... em biologia”

Como esta sendo o “André pai”?


A.C.- “ Ainda não está como quero. Porém, aposto nos momentos, na qualidade, na intensidade destes com a minha família, o tempo é sempre contado, limita fazer o que gosta; acho que tenho que mudar.”

Você espera que alguma de suas filhas seja uma historiadora?

A.C.- “Não. Não espero profissão, espero um bom profissional, responsável.
Vejo em vários alunos exemplos, de competência, de esforço, e desejo isso para as minhas filhas. Eu aprendo cada dia mais com os meus alunos.”

Como é um dia de 30 horas?

A.C.- “ Muito louco! O pior é que os sábados e domingos também tem 30 horas”

J.N.- “ Sufocante! A gente trabalha até mais em casa do que no colégio”


Como você reage diante de uma injustiça, uma trapaça, no âmbito profissional?
É possível então criar amizades verdadeiras?

A.C- “Quando eu perco a paciência eu me calo, é isso o que faço, silencio, tento driblar a situação.
Em relação à amizade dá sim! Tenho vários amigos hoje, mas sei que o vínculo não é apenas estar perto”

J.N.- “ Já vi esse tipo de coisa algumas vezes. Fico na minha.
Amigos? Aqui, Geovane, André, Vasco e Albino só para ele não ficar com ciúmes!”(risos)


O que você têm escutado ultimamente?

A.C- “ Aviões do Forró, Roupa Nova, J Quest, Bruno e Marrone.”

J.N.- “ Luiz Gonzaga e todo domingo Maria Betânea enquanto cozinho.”

E lido?

A.C.- “ Trabalhadores do Mar, Tempos Flamencos, A Manipulação das Massas através da Política, e Deus é Inocente a Imprensa Não.”

J.N.- “ O Homem que Fazia Chover e Retrato de Dorian Gray.”


Defina amor em uma frase


A.C.- “ O amor é encontrar nos olhos do outro o cheiro do orvalho da manhã.”

J.N.- “ Amor é entrega.”



Por Marcela Caldas e Marília Meireles
...Bom chá...