quarta-feira, 24 de outubro de 2007


Triste Bahia- 1972- Transa, Caetano Veloso.



...Triste, oh, quão dessemelhante, triste
Pastinha já foi à África
Pastinha já foi à África
Pra mostrar capoeira do Brasil
Eu já vivo tão cansado
De viver aqui na Terra
Minha mãe, eu vou pra lua
Eu mais a minha mulher
Vamos fazer um ranchinho
Tudo feito de sapê, minha mãe eu vou pra lua
E seja o que Deus quiser
Triste, oh, quão dessemelhanteê, ô, galo canta
O galo cantou, camaráê, cocorocô, ê cocorocô, camaráê,
vamo-nos embora,
ê vamo-nos embora camaráê,
pelo mundo afora,
ê pelo mundo afora camaráê,
triste Bahia,
ê, triste Bahia, camará
Bandeira branca enfiada em pau forte…Afoxé leî, leî, leô…
Bandeira branca, bandeira branca enfiada em pau forte…
O vapor da cachoeira não navega mais no mar…Triste Recôncavo, oh, quão dessemelhante
Maria pegue o mato é hora…Arriba a saia e vamo-nos embora…
Pé dentro, pé fora, quem tiver pé pequeno vai embora…



Bom chá

domingo, 19 de agosto de 2007

Quisera Ver O Mundo


EU QUISERA VER O MUNDO

"...Sentir, sob a forma, as formas,
os segredos da matéria,
mais a textura dos sonhos de que se forma o real.
Ver a vida em plenitude
e em seu mistério mais alto;
decifrar a linha, a sombra,
a mensagem não ouvida
mas que palpita na Terra.
Eu quisera Ter os olhos
que assim penetram o arcano
e o tornam (poder da imagem) um conhecimento humano."
C. Drummond...
Vamos ver logo alí nosso belo,
Pois se nosso saber hoje, limita-se aos dados,
vamos então abrir a janela, caminhar no marco (zero),
violentar de vez nossos conceitos de realidade.
Bom chá...

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Atenção, Atenção! As tendências atuais:



O fashion, o bonito, por vezes têm outros olhos;

Autoritarismo, tá na moda.
Felonia, tá na moda.
Futilidade, tá na moda.
Desmatamento, Queimadas, tá na moda.
Hipocrisia, tá na moda.
Preconceito, tá na moda.
Mal caratismo, tá na moda.
Corrupção, tá na moda.
Egoísmo, tá na moda ("sempre esteve").
Violência, tá na moda (" e em alta!")
Fome, tá na moda.
"E olhe que eles mencionaram um tal de fome zero (risos)"
Filhinhos de papai, ou melhor "crianças universitárias", agredirem trabalhadoras por mero passatempo, tá na moda.
Inveja, tá na moda.
A não solidariedade, tá na moda!

Valores: R$ Um pouco de raiva e cara de pau. (risos)
Disponibilidade no mercado:
Na rua, na cidade, no estado, no governo, em casa, nos "amigos", no país.
Mas não se engane, na França e na Inglaterra estas tendências também já chegaram às passarelas.
E quando tantos usam Armani têm memória fraca, se esquecendo dos verdadeiros valores.

E AÍ VAI USAR?

bom chá...







quinta-feira, 14 de junho de 2007

Personalidade Professor






















Entrevista a André Carneiro, historiador, professor há oito anos, sete no colégio Bureau Jurídico, BJ, comentada por João Neves, físico e também professor há sete anos, cinco no BJ.



André, por que a história?

“Na verdade essa escolha foi bem difícil, até por que eu era e sou até hoje apaixonado pela matemática, mas a história é livre... nela há “lacunas” onde se pode colocar o seu desejo, a sua opinião.
É onde posso ser mais livre no caminhar; onde a totalidade não existe.”


E por que ensinar?

A.C.- “Vem de berço, sou neto e filho de professor então há um encantamento pela profissão. Além disso, é uma forma de contribuir para sociedade não esquecendo que isso exige muita responsabilidade por estar influenciando na vida das pessoas.”

João Neves – “Já para mim foi bem por acaso. Fiz bacharelado. Eu ia ser cientista, mas um dia precisei substituir um amigo; acabei gostando.”


É necessário ser um personagem dentro da sala?

A.C.- “Não. Eu vejo que a sala está subordinada a uma limitação, então procuro valorizar o tempo e descontrair também. Toda vez que entro em sala penso em como EU gostaria de ver esse assunto.”

J.N.- “ Acho que não. Tudo deve ser natural, eu mesmo quando entro em sala me divirto muito, também a física é linda de mais!” (risos)


E os tempos de escola?

A.C.- “Ixi! Bem, até a oitava série era bem discreto, mas no ensino médio comecei a estudar mais. O detalhe é quanto mais eu estudava mais baixas eram minhas notas!”(risos)

J.N.- “Eu? ‘Aff Maria!’ Era um pentelho, só estudava física e matemática, mas sei que foi errado.”



Hoje você se considera analfabeto funcional em alguma disciplina?

A.C.- “Acho que em biologia.”

J.N- “Hum... em biologia”

Como esta sendo o “André pai”?


A.C.- “ Ainda não está como quero. Porém, aposto nos momentos, na qualidade, na intensidade destes com a minha família, o tempo é sempre contado, limita fazer o que gosta; acho que tenho que mudar.”

Você espera que alguma de suas filhas seja uma historiadora?

A.C.- “Não. Não espero profissão, espero um bom profissional, responsável.
Vejo em vários alunos exemplos, de competência, de esforço, e desejo isso para as minhas filhas. Eu aprendo cada dia mais com os meus alunos.”

Como é um dia de 30 horas?

A.C.- “ Muito louco! O pior é que os sábados e domingos também tem 30 horas”

J.N.- “ Sufocante! A gente trabalha até mais em casa do que no colégio”


Como você reage diante de uma injustiça, uma trapaça, no âmbito profissional?
É possível então criar amizades verdadeiras?

A.C- “Quando eu perco a paciência eu me calo, é isso o que faço, silencio, tento driblar a situação.
Em relação à amizade dá sim! Tenho vários amigos hoje, mas sei que o vínculo não é apenas estar perto”

J.N.- “ Já vi esse tipo de coisa algumas vezes. Fico na minha.
Amigos? Aqui, Geovane, André, Vasco e Albino só para ele não ficar com ciúmes!”(risos)


O que você têm escutado ultimamente?

A.C- “ Aviões do Forró, Roupa Nova, J Quest, Bruno e Marrone.”

J.N.- “ Luiz Gonzaga e todo domingo Maria Betânea enquanto cozinho.”

E lido?

A.C.- “ Trabalhadores do Mar, Tempos Flamencos, A Manipulação das Massas através da Política, e Deus é Inocente a Imprensa Não.”

J.N.- “ O Homem que Fazia Chover e Retrato de Dorian Gray.”


Defina amor em uma frase


A.C.- “ O amor é encontrar nos olhos do outro o cheiro do orvalho da manhã.”

J.N.- “ Amor é entrega.”



Por Marcela Caldas e Marília Meireles
...Bom chá...




sábado, 2 de junho de 2007


As Meninas Dos Jardins

"...cato no chão migalhas do banquete dos que comem
o que que houve eu nunca mais ouvi
chamar meu nome
a rua é reta a vida é torta
quem se importa
se eu vou morrer de sede ou se eu vou morrer de fome
o sol nas bancas de revista e na capa da revista
sombra grana e água fresca
vejo novos ricos vejo velhos pobres
não vi ninguém abrir a boca
mas ouvi o grito
deus misericórdia de nossa miséria
caravela de cabral
morte e vida severina..."
Zeca Baleiro


Menininhas com suas chagas,
Peocupadas com seu reflexo
Delineador, pó, base, rímel e lápis...
Não notam o redor
A verdadeira beleza não se compra em revista da Avon
E não se fabrica
Nem se maqueia
Ela nasce pronta assim como a natureza
Hoje, com "buracos na pele"
Precisando de uma grande "plástica reparadora"
E quem vai pagar o preço dessa cirurgia?

Futuras gerações, (caso existam)

Bom Chá...


domingo, 13 de maio de 2007

A ponte- Lenine

"Como é que faz pra lavar a roupa?Vai na fonte, vai na fonte
Como é que faz pra raiar o dia?No horizonte, no horizonte
Este lugar é uma maravilha
Mas como é que faz pra sair da ilha?Pela ponte, pela ponte
A ponte não é de concreto, não é de ferro
Não é de cimento
A ponte é até onde vai o meu pensamento
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento
A ponte nem tem que sair do lugar
Aponte pra onde quiser
A ponte é o abraço do braço do mar com a mão da maré
A ponte não é para ir nem pra voltar
A ponte é somente pra atravessar
Caminhar sobre as águas desse momento.
Nagô, nagô, na Golden Gate..."


Não saberíamos pensar na definição certa do Recife. Dar-se-ia essa por uma letra de música? Ou por parte dela?
Seria pequeno de mais pensar em uma Recife definida.
Cidade linda, início de uma nação, com seu formato "sol que surge das águas do mar", com suas revoltas, seu cais. Manguetown, mais comumente conhecida e imortalizada por nosso Science, tanto com críticas sociais como com a multiculturalidade dessa "maior das cidades pequenas", cantada ao som do batuque do maracatu e de sua excentricidade marcante.
Até seu cheiro é único. Recife de música, de correria, de engarrafamento, de enchentes, de projetos, de calor humano.

Parece ter dupla personalidade.
É incrível acordar aqui, sentir o sol forte, poder ter orgulho do patrimônio imaterial nacional; o frevo. Andar por suas pontes, ser pernambucano...
Assim como é incrível, quase inacreditável, continuar andando e ver sua poluição, suas crianças, e os nem tão jovens, nas ruas correndo com a carteira furtada na mão, o descaso nas paredes, nos muros, ler sobre o ranking de mortes por agressão a mulheres e o resto que não foge aos problemas de qualquer outra metrópole....
Mas haja paradoxos! " Oxe"!

Afinal:
O que é Recife?


Bom Chá pra você